1Samuel 21.1-15 (Fuga Ímpia)
- Anderson Vicente Gazzi
- 26 de jan.
- 12 min de leitura
Ministração Expositiva com o tema "Fuga Ímpia"
Anderson Vicente Gazzi
27/01/2025
ESBOÇO DO SERMÃO:
INTRODUÇÃO
Na última mensagem nós consideramos sobre a “Fidelidade ao Senhor em todas as situações” e as maneiras como essa fidelidade deve ser exercida.
Nesta mensagem nós consideraremos sobre a “Fuga ímpia de Davi e o resultado de uma pessoa que anda por seus próprios caminhos”.
Consideraremos o relato da fuga de Davi e as lições que podemos aprender com ela; Veremos 4 advertências proveitosas para nós na conduta de Davi; E observaremos quatro verdades sobre o modo de Deus lidar com seu povo.
Agora Davi estava enfrentando um tipo de desafio diferente do claro e óbvio perigo que havia enfrentado antes, ao vencer Golias, o gigante filisteu. A nova ameaça à vida de Davi, dessa vez proveniente de Saul, o próprio rei de Israel, levou Davi à beira do desespero.
(1) Ele havia recorrido à amizade do filho de Saul para obter proteção, mas Jônatas havia sido incapaz de resistir à fúria de seu pai.
(2) Então, Davi refugiou-se com Samuel e seus profetas em Ramá, mas Saul o seguiu até lá.
(3) Descobrindo, por meio de Jônatas, que Saul estava totalmente determinado a vê-lo morto, Davi fugiu precipitadamente, levando, ao que parece, pouco mais que uma camisa nas costas.
1) A Fuga Medrosa de Davi (v.1-9):
A primeira parada de Davi não foi longe: o complexo sacerdotal de Nobe, uma localização cerca de 3,2 quilômetros ao sul da casa de Saul, em Gibeá.
Tendo recorrido ao filho do rei e aos profetas em busca de segurança, agora Davi volta-se para a terceira instituição de Israel: os sacerdotes.
Depois da queda de Siló, os sacerdotes tinham, obviamente, mudado o tabernáculo para Nobe, embora a arca da aliança permanecesse em Quiriate-Jearim (1Samuel 7.2; 2Samuel 6.3).
Davi provavelmente nunca quis se esconder tão perto de Saul, em Nobe, mas pode ter ido consultar o Senhor e receber qualquer ajuda que os sacerdotes pudessem oferecer.
Matthew Henry: “Ele havia se despedido afetuosamente do seu amigo Jônatas e não pôde prosseguir sem antes se despedir de modo semelhante do tabernáculo.”
(v.1) Porém, quando Davi chegou foi desanimado pela conduta do sacerdote.
A notícia do ódio de Saul por Davi havia se espalhado a ponto de deixar o povo agitado por causa do fugitivo. O sacerdote não apenas foi se encontrar com Davi com as mãos tremendo e o rosto suado, mas imediatamente lhe perguntou: “Por que vens só, e ninguém, contigo?”
Obviamente causava estranheza ver um alto oficial como Davi desacompanhado de uma comitiva oficial. Mas o cumprimento abrupto só podia ter transmitido hesitação a respeito da posição de Davi, e isso parece tê-lo desanimado.
Sua fé e compostura já estavam abaladas (1Samuel 20.3) e, então, ele começou a vacilar.
De volta a Gibeá, Davi havia contado uma mentira (1Samuel 20.6) e agora, em Nobe, mais uma vez usou esse recurso.
(v.2) Davi alegou estar numa missão secreta por ordem do rei Saul, com seus homens escondidos perto dali.
Não há uma face positiva nas palavras falsas de Davi, pois ele não tinha uma justificativa real. A mentira de Davi estava, de fato, ficando pior, já que agora ele engana face a face um sacerdote do Senhor enquanto estava no tabernáculo santo de Deus.
APLICAÇÃO: É isso o que acontece quando nossa mente é tomada pelo medo. Quando nos esquecemos da fidelidade e do amor de Deus, facilmente adotamos padrões de pecado.
Jesus comenta em Mateus 12.3-4, sugerindo que Davi tinha pelo menos alguns companheiros e que eles haviam, de fato, se escondido por perto, mas ele não estava em nenhuma missão a mando do rei Saul.
Assim como aconteceu com sua mentira anterior, contada por Jônatas a Saul, essa falsa afirmação não realizou nada de positivo e teve vários resultados danosos.
A.W.Pink: “Embora mentiras bem planejadas possam parecer promover segurança no momento, elas asseguram desgraça futura”.
Se ajudar Davi era, provavelmente, colocar Aimeleque em perigo, o sacerdote tinha o direito de saber. Davi teria feito bem em revelar a verdade e buscar as orações e o conselho do sacerdote. É difícil imaginar conselhos e orações piedosos resultando nas ações que Davi tomaria.
APLICAÇÃO: Cristãos que estão andando junto do Senhor procuram seu pastor para pedir oração e conselho antes de uma decisão importante. Cristãos que estão se afastando do Senhor normalmente escondem seus planos e, depois, procuram seu pastor para pedir perdão por ações que sabiam todo o tempo que eram erradas.
No capítulo 22, vemos que Aimeleque consultou o Senhor para Davi (v.10,15), muito embora Davi não tenha feito uma pergunta honesta.
(v.3) O principal interesse de Davi, porém, era provisão, não conselho.
O pedido de Davi criou um problema, pois o alimento disponível no tabernáculo era pão consagrado, que ficava sobre a mesa no Lugar Santo e que só podia ser comido pelo sacerdote e sua família (Levítico 21).
(v.4) O sacerdote estava disposto a dar seu pão a Davi, mas impôs condições que exigiam um mínimo de consagração da parte de Davi e seus homens.
(v.5) Felizmente para Davi, ele e os homens que com ele estavam cumpriam essa qualificação, e Davi afirmou que essa era uma postura-padrão em suas missões.
(v.6) Ao ouvir isso o sacerdote deu-lhe o pão sagrado.
Jesus cita esse episódio em Mateus 12.3-4. Jesus quis dizer que o intento da lei foi cumprido pelo ato de misericórdia.
Ao usar esse episódio, Jesus aplicou sua lição aos fariseus: “Se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes” (Mateus 12.7, citando Oséias 6.6).
APLICAÇÃO: A referência de nosso Senhor a essa passagem deve orientar nossa guarda do sábado hoje e nos advertir contra regras excessivas que transformam o dia do Senhor num fardo. Por exemplo, não viola, mas cumpre o sábado fazer uma reunião para comunhão cristã, ou mesmo qualquer atividade para a glória do Senhor.
Duas últimas observações são feitas a respeito da breve passagem de Davi por Nobe:
(v.7) A primeira é a presença de uma figura ameaçadora chamada Doegue, o edomita, um servo de Saul que havia se demorado no tabernáculo e testemunhado a visita de Davi. Mais tarde, Davi admitiria que sabia que Doegue relataria a visita a Saul e que os sacerdotes sofreriam dano por isso, mas nada fez para intervir (1Samuel 22.22).
(v.8) A segunda é o pedido de Davi por uma arma, dizendo que havia saído às pressas e não estava equipado.
(v.9) Ele recebeu a espada de Golias, que havia sido depositada no tabernáculo (provavelmente como um troféu da vitória de Deus).
APLICAÇÃO: É muito significativo que o mesmo Davi que havia se recusado a usar a armadura do rei de Israel quando estava cheio do Espírito para a batalha contra Golias agora se alegra em usar a espada do seu antigo inimigo pagão.
Assim foi a passagem de Davi por Nobe, que se tornou para ele onde o medo deu lugar ao pecado, à incredulidade e à impiedade.
APLICAÇÃO: Em Nobe, Davi tentou se proteger com uma mentira, permitiu que seu comportamento colocasse outras pessoas em perigo e se alegrou com as armas terrenas que adquiriu. Hoje, os cristãos devem lembrar-se da soberana graça de Deus em Cristo e serem fortalecidos nela contra as tentações para mentir, enganar ou manipular outras pessoas quando se sentem ameaçados ou com medo.
2) O refúgio louco em Gate (v.30-34):
Como Davi, sempre que passarmos por nossa Nobe, empenhados numa fuga obstinada e incrédula da fé obediente em Deus, provavelmente nos colocaremos em cenários espiritualmente desvantajosos.
(v.10) A fuga de Davi o levou a um lugar incrédulo, e certamente ficaremos surpresos por ela tê-lo levado para a cidade natal de Golias, Gate.
Davi provavelmente fugiu para Gate para se retirar dos domínios de Saul. Ele pode ter pensado que ser um inimigo de Saul lhe garantiria asilo entre os filisteus.
No entanto, ele havia se esquecido de que ele mesmo era a principal fonte de aflição dos filisteus e o responsável pela morte dos seus soldados.
(v.11) Logo que Davi entrou na cidade o povo o reconheceu e alertou ao rei Aquis.
Acrescentando insulto ao dano, Davi tinha a audácia de passear na cidade usando a espada do herói deles, com a qual havia cortado a cabeça de Golias, de Gate.
A fuga medrosa de Davi o havia levado a um lugar de refúgio que se mostrou ainda mais ameaçador que o louco rei Saul.
(v.12) Ele percebeu isso imediatamente.
(v.13) Aparentemente sem outras opções, Davi recorreu a uma última e desesperada tática.
APLICAÇÃO: Na providência de Deus, a obstinada tolice de Davi estava sendo zombada: todo plano que resulta em ter de deixar correr saliva pela barba não é um plano que deu certo. As ações de Davi são, é claro, um comentário sobre seu próprio estado mental: suas ações haviam sido loucas e, então, era apropriado que ele agisse dessa maneira.
Roger Ellsworth: “O homem que se postou calmamente diante de Golias porque estava possuído pela fé agora age como um maníaco porque está possuído pelo medo”
APLICAÇÃO: Também nos lembramos da loucura de Saul e vemos que, unindo-se a Saul no caminho de incredulidade e pecado, Davi estava começando a ter um castigo semelhante.
(v.14-15) A única coisa positiva a dizer sobre a ação desesperada de Davi é que ela funcionou.
Aquis provavelmente cria na antiga superstição de que maltratar lunáticos trazia má sorte. Principalmente, contudo, ele já tinha doidos em quantidade suficiente e não precisava de mais um.
Isso dificilmente pode ser um elogio a um homem ungido por Deus para ser o futuro rei de Israel – e mostra a vergonha na qual o pecado nos joga –, mas permitiu que Davi escapasse.
3) Advertências de Nobe e Gate:
Como podemos explicar a conduta ímpia de Davi? Ele estava sendo conduzido pelo medo, mas Davi já havia enfrentado o medo antes. Possivelmente, tinha bebido do veneno da autopiedade, racionalizando, assim, seu pecado e sua loucura obstinada.
Ele não havia pedido para ser ungido por Samuel e ainda havia servido fielmente a Saul. Qual havia sido o resultado? Estava sendo caçado implacavelmente por um rei louco.
Em pânico, amargurado e exausto, Davi fugiu do caminho da fé, que sua autopiedade via como sendo a raiz dos seus problemas. Por isso a palavra de Deus não faz parte dos seus planos, e ele nunca para de fugir por tempo suficiente para orar pedindo o auxílio de Deus para recompor seu ânimo estraçalhado.
Passando por Nobe, Davi tolerou o pecado e, indo para Gate, a loucura de sua fuga foi totalmente revelada.
Podemos encontrar quatro advertências proveitosas para os crentes na conduta de Davi:
(1) Nossos pecados de incredulidade têm consequências reais. A mentira de Davi a Aimeleque expôs o sacerdote a um perigo que seria plenamente percebido num futuro próximo.
APLICAÇÃO (1): Como Davi em Nobe, podemos cobrir nossos pecados com mentiras bem elaboradas, mas o pecado que protegemos assim inevitavelmente causará dano a nós e aos outros. Como cristãos, cônjuges e pais, podemos negligenciar deveres claros – especialmente nosso dever de orar e de estudar regularmente a palavra de Deus – mas, com o tempo, nos juntaremos àqueles que, pesarosamente, observam o naufrágio no lar e na vida.
APLICAÇÃO (2): Podemos nos comprometer com valores e ambições mundanas, assim como Davi exultou com a posse da espada de Golias. Porém, o dinheiro, prestígio e prazer que ganharmos só resultarão na tristeza que Davi sentiu em Gate.
(2) O comportamento de Davi nos adverte que todo crente pode cair em pecado, ao dar ouvidos ao conselho do medo, da incredulidade e da autopiedade. Davi foi um grande servo de Deus, um homem de grandes qualidades espirituais. Ali estava o homem que podia ser chamado de um “homem que lhe [a Deus] agrada” (1Samuel 13.14).
APLICAÇÃO: Os melhores homens são, na melhor das hipóteses, homens, e Davi não podia tolerar seguramente a incredulidade e o pecado mais do que nós. Olhando para esse exemplo, Paulo nos aconselha: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Coríntios 10.12). Com isso em mente, Jesus nos ensinou a orar urgentemente: “Não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mateus 6.13).
(3) Não apenas que qualquer um de nós pode cair, mas também quão longe podemos cair e com que rapidez isso pode acontecer. Pouco tempo atrás, Davi havia estado servindo na corte de Saul e conduzindo os exércitos de Israel valorosamente em batalha. Agora ele está babando num canto na cidade natal de Golias.
APLICAÇÃO: É por isso que a Bíblia nos diz para sempre levarmos em conta tanto a graça de Deus quanto o nosso dever. Hebreus 3.12 nos orienta especialmente a tomar cuidado com qualquer endurecimento do nosso coração em relação a Deus: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”.
(4) Davi nos mostra que até mesmo pessoas muito piedosas enfrentam dúvidas, medos, ressentimentos e corações partidos. É por isso que precisamos de amigos cristãos, nos quais possamos confiar para nos aconselhar, nos compreender e orar por nós.
APLICAÇÃO: Observe que as lutas de Davi ocorrem logo que ele se separa de Jônatas, o amigo com quem estava em aliança. Também é por isso que Deus dá presbíteros e pastores à igreja. Aimeleque pode não ter agido perfeitamente quando Davi apareceu no tabernáculo, mas Davi ainda podia ter aberto seu coração e buscado encorajamento bíblico de um homem separado para o ministério. É por causa da nossa necessidade de orientação pastoral que Deus coloca cristãos em congregações, sob a supervisão espiritual de presbíteros, aos quais Deus designou para “velar por nossa alma” (Hebreus 13.17).
4) Provai e vede:
O apóstolo Paulo escreveu que os erros do Antigo Testamento foram registrados como “exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Coríntios 10.6).
Tendo aprendido lições com a fuga de Davi, também podemos observar quatro verdades sobre o modo de Deus lidar com seu povo:
(1) Deus supre todas as necessidades do seu povo. Vemos essa providência no pão que foi dado a Davi no tabernáculo. Davi escreveu, no Salmo 34.9-10: “Temei o SENHOR, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o SENHOR bem nenhum lhes faltará”. Os pães da propiciação eram “um testemunho claro de que [o Senhor] sustenta as pessoas e supre suas necessidades”.
APLICAÇÃO: Você se encontra sob uma pesada carga de preocupações e cuidados? Você às vezes acha que será esmagado pela pressão? Olhe, então, para a provisão diária de Deus e lembre-se que, assim como Deus não expulsou Davi em sua loucura e pecado, ele continuará fiel a você.
(2) Davi percebeu que, mesmo em seus momentos mais difíceis, o auxílio invisível de Deus ainda o estava protegendo. O salmo 56 fornece a aplicação mais óbvia dessa percepção, a saber, que quando Davi estiver com medo, deve se lembrar de confiar em Deus: “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” (Salmo 56.4).
APLICAÇÃO: Deus não apenas protegeu Davi de Saul e do rei de Gate, mas também o protegeu do seu próprio pecado. Davi quis esconder sua identidade entre o povo de Gate, mas, como Pink escreve, “Deus não permitirá que seu povo permaneça incógnito neste mundo”. Assim, Davi foi rapidamente reconhecido, assim como todo verdadeiro crente em Cristo não será capaz de misturar-se e passar despercebido no mundo. Sempre que Deus se recusa a conceder sucesso aos nossos planos pecaminosos, devemos louvá-lo por nos proteger de ficar permanentemente enredados no mal.
(3) Da experiência de Davi aprendemos sobre a pedagogia de Deus, isto é, o sábio treinamento que ele dá aos seus filhos. Não era apenas Davi que estava agindo nesse capítulo; Deus também estava. Se Davi perdeu seu apoio em Deus, isso aconteceu em parte porque Deus parece ter retirado temporariamente sua presença como um modo de testar e treinar a fé de Davi.
APLICAÇÃO: Conhecendo os desafios que estavam à frente de Davi, parece que o Senhor preparou essa experiência para ensinar a Davi sua fraqueza e sua necessidade constante de graça. A sabedoria resultante é vista no Salmo 34.4, no qual Davi reflete: “Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores”. Poucos de nós buscam diariamente o Senhor, até que, por meio de uma experiência dolorosa, aprendemos que, à parte de Deus, estamos em perigo.
(4) Davi foi convencido por essas experiências e pelo livramento que recebeu de Deus em Gate de que Deus tem compaixão daqueles que lhe pertencem. Ele escreveu no Salmo 34.17-18: “Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações. Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido”.
APLICAÇÃO: Davi errou ao não levar sua angústia a um amigo crente ou a um líder espiritual, mas há um auxílio ainda mais imediato que este: a compaixão de Deus pelo seu povo.
CONCLUSÃO: “Alguém maior que Davi”
Os sofrimentos de Davi têm o propósito último de prenunciar os sofrimentos ainda maiores do verdadeiro Rei ungido de Deus, o Messias. Do mesmo modo, os salmos de Davi, que geralmente expressam um entusiasmo espiritual maior do que o que ele parece ter tido pessoalmente, refletem muito verdadeiramente a fé e a devoção do seu Filho mais nobre, Jesus Cristo.
É a graça de Deus por nós em Cristo que responde ao nosso medo e à nossa necessidade em tempo de dificuldade. “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16.33).
Davi recebeu provisão dos pães da proposição no tabernáculo. Mas Jesus é o verdadeiro pão que supre nossa maior necessidade. Ele disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne” (João 6.51).
Do mesmo modo, Davi podia louvar a Deus por sua proteção ao poupá-lo da morte. Mas a maior proteção de Deus, em Jesus Cristo, protege-nos até mesmo na morte. A alegria de Davi no salmo 34 se aplica muito exatamente à morte de Cristo na cruz, que nos redime do pecado: “O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado” (Salmo 34.22).
Finalmente, a compaixão de Deus pelo seu povo que sofre é mais perfeitamente manifesta na vinda de Jesus ao nosso mundo. O escritor de Hebreus nos lembra: “Não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15).
Jesus está disposto para tudo isso e mais. O pastor de Hebreus nos exorta: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4.16).
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